
Riacho Doce
A terra do petróleo e das boleiras, na tela da TV
Pesquisa e Texto: Jornalista Jair Barbosa Pimentel
Imagine um cenário paradisíaco, um riacho de água doce se misturando com o mar, as cabanas dos pescadores, uma igrejinha secular, uma casa de farinha e um subsolo rico em petróleo. Pois nesse cenário, na década de 1930, o escritor paraibano, José Lins do Rego, encantado com toda beleza, escreveu Riacho Doce, um dos maiores best sallers do país, que levou a TV globo a produzir um seriado, ainda hoje na memória de milhares de brasileiros.
Pouca coisa mudou de 60 anos para cá. A igrejinha de Nossa Senhora da Conceição continua preservada. A casa grande de Edson de Carvalho, o descobridor do petróleo, ainda está lá, intacta, embelezando a paisagem, e a casa da farinha das boleiras, é outra atração a parte.
Riacho Doce nasceu de um arraial de pescadores, que ninguém sabe dizer quando. Mas, antigo, é. E de mais de um século. Basta observar a arquitetura da igreja Nossa Senhora da Conceição. Sabe-se que sempre foi passagem obrigatória para quem saia da capital em demanda ao litoral Norte. A estrada servia de acesso, com uma ponte de madeira sobre o riacho doce.
Todos os moradores antigos do distrito lamentam apenas o intenso movimento de veículos na pista principal. Mas, depois que colocaram os quebra-molas, os atropelamentos diminuíram. A rua principal, margeando a rodovia AL-101 Norte, tem casas de comércio, e residências antigas e novas. A praia é outra atração. E nos anos 60 e 70, se constituía no point da juventude maceioense, com o famoso Bar do Doquinha.
A praia é uma das mais bonitas do litoral alagoano, e sua beleza despertou o interasse de muitos, que começaram adquirir lotes e construir suas casas de veraneio. Hoje, alguns moram lá e trabalham na cidade. Nos fins de semana, o movimento é intenso nos bares e barracas improvisadas, enquanto as boleiras e vendedores de frutas, peixes e crustáceos faturam bem, garantindo o sustento da família.
Riacho Doce é tudo isso, e muito mais. É o típico lugarejo provinciano, que por mais modernidade que exista, seus moradores ainda conservam os velhos hábitos. Em dezembro, comemora-se a festa de sua padroeira, Nossa Senhora da Conceição. A igrejinha se enfeita para receber os fiéis, que rezam as nove noites e no dia exato, saem em procissão, com a imagem da Virgem Imaculada Conceição.
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